Empresário do Motörhead por 24 anos,
Todd Singerman falou à Rolling Stone sobre como foram os últimos
momentos de vida de Lemmy Kilmister. “Nas semanas recentes, ele já vinha
diminuindo o ritmo. Não fazia mais as passagens de som e entrevistas.
Não conseguia. Mas fez todos os shows. Imagine a energia e coragem para
se apresentar diante dos fãs até duas semanas antes de partir. É uma
história estilo Rocky, um exemplo de coragem. Ele estava morrendo. Não
sabia, mas com certeza seu corpo estava sentindo, não tinha mais nada a
oferecer”.
Dois dias após sua festa de aniversário
antecipada, em Hollywood, Lemmy sentiu dores no peito. Foi levado ao
hospital, mas liberado em 24 horas. Os médicos não encontraram grandes
problemas.
assim, Singerman pediu que fosse feito um exame
completo, pois a fala do vocalista estava estranha.
Havia o medo de que
ele tivesse sofrido um AVC. “Fizeram o raio-x e encontraram muitas
coisas em seu cérebro e pescoço. No sábado passado, um médico foi até a
casa dele com os resultados e revelou que lhe restavam entre dois e seis
meses de vida”.
A reação foi a mais calma possível.
“Lemmy aceitou melhor que qualquer um de nós. Seu único comentário foi
‘Oh, apenas dois meses, huh?’. O doutor confirmou, disse que não iria
enganá-lo, era algo ruim e não havia o que fazer. Estaria mentindo se
dissesse que havia qualquer chance. Eu queria manter a notícia privada,
mas Lemmy pediu que fizesse um press release. Ele queria que as pessoas
soubessem, pois era algo ruim. Decidimos fazer isso após contarmos a
todos os amigos próximos”.
Enfermeiros foram contratados para ficar
em plantão. Um kit de morfina foi disponibilizado, para prevenir a dor
que viria. O videogame preferido no Rainbow Bar & Grill foi enviado.
Os parceiros de Motörhead foram comunicados no domingo e se prepararam
para visitá-lo. Um médico apareceu na manhã de segunda-feira. Ozzy
Osbourne iria à tarde. Mikael Maglieri, proprietário do Rainbow, estava
visitando Lemmy, que jogava o game. Quando, de repente, dormiu e não
acordou mais.
“Mikale ligou e me disse ‘Meu Deus, ele acabou de morrer
na minha frente’”.
As reações foram imediatas na indústria
musical, com vários tributos e manifestações de amigos. “Além do homem e
lenda, existia alguém gentil, que fazia de tudo para você se sentir
especial. O
Lemmy que conheci e amava sempre estendeu a mão a novas
bandas. Sentirei sua falta”, disse Gene Simmons à revista.
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