(lançado em 25 de outubro de 1989)
Após a boa repercussão de Batallions Of
Fear, trabalho de estreia, o Blind Guardian não demorou em retornar ao
estúdio. Respaldados pelo reconhecimento e comparações com o Helloween, à
época soberano na cena local, os alemães chamaram a atenção de Kai
Hansen. O então recém saído das abóboras germânicas acabou participando
diretamente com vocais e dois solos de guitarra no novo disco de Hansi
Kürsch e companhia. O frontman, é bom lembrar, não se encarregava apenas
do microfone nos primeiros anos do conjunto. Era dele a função de
baixista. Com esse time, foi criado Follow The Blind, que para muitos
fãs é o álbum que melhor representa a primeira fase do guardião cego.
Aqui, o Power Metal com toques de Speed – até mesmo de Thrash em algumas
passagens – dominava o terreno. Sem a grandiosidade que caracterizaria
os momentos posteriores, o grupo investia na agressividade sem descuidar
das melodias pegajosas. Essas características consagrariam o único
single lançado para promover o play, a empolgante “Banish From
Sanctuary”. Da mesma forma, “Hall Of The King” exibia a pegada típica do
país de origem dos músicos. Mas o grande hino ficaria por conta de
“Valhalla”, até hoje uma das preferidas dos fãs. Curiosamente, a banda
não depositava muita esperança de sucesso nela, ao contrário das duas
anteriormente citadas. Grata surpresa, no final das contas.
Ainda há a trabalhada faixa-título, a
pesada “Fast To Madness” e a ótima instrumental “Beyond The Ice”. Como
curiosidade, a introdução “Inquisition” é tirada da Missa dos Mortos da
Igreja Católica. Foi utilizada apenas a frase Pie Jesu Domine, dona eis
requiem (Senhor Jesus, conceda-lhes o descanso). Na parte final, dois
covers. “Don’t Break The Cicle”, dos britânicos do Demon, não aparece na
versão original do vinil, seguindo a tradição da época de conceder uma
faixa para o CD, visando impulsionar sua popularização. Fechando o
tracklist, “Barbara Ann”, consagrada pelos Beach Boys. Ainda foi
inserido um trecho de “Long Tall Sally”, clássico de Little Richard, com
participação do músico e produtor alemão Rolf Köhler.
Follow The Blind ajudou a manter o nome
do Blind Guardian em franca ascensão. A banda seguiria excursionando
pela Europa até o final do ano seguinte, quando lançaria Tales From The
Twilight World. Este trabalho já mostraria os caminhos que seriam
seguidos posteriormente, com a adição de corais e influências de música
clássica, proporcionando uma sonoridade mais épica. Mas essa história é
para ser contada em outro momento. De certo, apenas o fato de que o
grupo sempre ofereceu material de qualidade, independente da fase da
carreira.
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