Foram 40 anos de Motörhead e uma vasta discografia cheia de ótimos álbuns que valem a pena ser revisitados. Há muitas outras boas canções além de “Ace of Spades” e “Overkill”, duas das mais conhecidas pelo grande público. Lemmy nunca gostou de rótulos – sempre falou que apenas tocava rock and roll –, só que os trabalhos clássicos mostrados aqui ajudaram a moldar algumas das mais importantes facetas do heavy metal moderno.
Overkill (1979)
O segundo disco do Motörhead trazia a formação mais feroz e conhecida da
banda – além de Lemmy, também estavam “Fast” Eddie Clarke, na guitarra,
e o folclórico baterista Phil “Philthy Animal” Taylor, que
morreu no último dia 11 de novembro, aos 61 anos. Ao misturar a
velocidade e a raiva do punk com a pegada do hard tradicional dos anos
1970, a banda já tramava o futuro do rock pesado.
Bomber (1979)
Lançado sete meses depois de Overkill, o explosivo Bomber consolidou definitivamente o nome do grupo na cena do hard rock inglês – agora, todos estavam prestando atenção na voz rouca de Lemmy. Além disso, as canções furiosas já tinham um pé no thrash e no speed metal. A abertura, “Dead Man Tell No Tales”, e a faixa-título mostravam o poder do trio ao vivo. A produção ficou a cargo de Jimmy Miller, que trabalhou com os Rolling Stones.
Ace of Spades (1980)
Lançado em meio à explosão da New Wave of British Heavy Metal, movimento que o Motörhead ajudou a antecipar, esse disco ainda é imbatível. O trabalho fazia uma síntese de Overkill e Bomber, mas era mais acessível. A faixa “Ace of Spades” rapidamente se tornou a assinatura sonora do trio. “Jailbait” e “Fast and Loose” são outros dos petardos que valorizam esse álbum clássico.
No Sleep ’til Hammersmith (1981)
Considerado um dos álbuns ao vivo definitivos da história do rock pesado, No Sleep ’til Hammersmith trazia o Motörhead no auge, com Lemmy rosnando como um animal ferido e os demais integrantes tocando com uma rapidez assombrosa. O repertório é praticamente uma coletânea de grandes sucessos, incluindo versões matadoras para “Ace of Spades” e “Overkill”.
Orgasmatron (1986)
Devido a problemas contratuais, o trio ficou dois anos fora do estúdio. O retorno com o certeiro Orgasmatron veio na hora certa. A boa recepção ao álbum renovou a popularidade da banda nos dois lados do Atlântico. “Built for Speed” se destacou, assim como a faixa-título. Esse foi o primeiro trabalho com o guitarrista Phil “Wizzö” Campbell, que estava na formação até o fim da banda.
Motörhead (1977)
O autointitulado debute do Motörhead foi lançado em meio à consolidação do punk, do soft rock e da disco music. Mas a energia contida nele conquistou imediatamente vários fãs. Os músicos ainda estavam testando ideias, como na música de abertura, que leva o nome da banda.
Iron Fist (1982)
O derradeiro álbum com a formação clássica – Lemmy, Clarke e Taylor – é excelente, porém a atmosfera geral já parece marcar o fim de uma era de ouro na trajetória do grupo. A faixa-título, “Heart of Stone”, e “Speedfreak” são uma boa amostra do trabalho.
Another Perfect Day (1983)
Para o lugar de “Fast” Eddie Clarke, que havia saído, Lemmy convocou Brian Robertson (ex-Thin Lizzy). Ele trouxe texturas diferentes e um perfeccionismo a canções como a divertida “Back at the Funny Farm” e o hino antiguerra “Tales of Glory”.
1916 (1991)
O disco é lembrado pelo single “The One to Sing the Blues” e por “Going to Brazil”, popular quando a banda toca por aqui. Lemmy se mostra reflexivo na power ballad “Love Me Forever”. Em “R.A.M.O.N.E.S”, ele homenageia os eternos ícones do punk.
Overnight Sensation (1996)
Overnight Sensation é até hoje um dos mais lembrados LPs gravados por Lemmy e cia. na década de 1990. Exceto pelo folk-rock “Listen to Your Heart”, é a esperada selvageria de sempre, exemplificada em “Crazy Like a Fox” e “Civil War”.
We Are Motorhead (2000)
Lemmy e companheiros entraram na década de 2000 com mais um registro sem frescuras – hoje, ele é lembrado pela faixa-título, que diz: “Nos somos o Motörhead, nascemos para chutar seu traseiro”. Outro ponto alto é uma cover fiel de “God Save the Queen”, do Sex Pistols.
Hammered (2002)
O sinistro e urgente Hammered evitava falar de farra; em vez disso, as letras versavam sobre o 11 de setembro e meditavam sobre a guerra, como pode ser ouvido em “Brave New World” e “Voices from the War”. Já “Serial Killer” era um poema, com Lemmy falando das motivações de um assassino em série.
March ör Die (1992)
O momento mais polêmico de toda a discografia do Motörhead, March ör Die tem Lemmy elaborando canções mais convencionais e comerciais, como a power ballad “I Ain’t No Nice Guy”, que traz participação especial de Ozzy Osbourne e Slash.
Bastards (1993)
Depois de tentar um material um pouco mais pop em March ör Die, era esperado um retorno dos músicos ao barulho primal. Foi isso que aconteceu em Bastards. “Death or Glory” e “Born to Raise Hell” são exemplos da fórmula esperada por fãs e crítica.
Motörizer (2008)
Motörizer é também o nome de uma linha de fones de ouvidos aprovada pelo Motörhead. E o disco homônimo é convenientemente alto e barulhento – para tirar a prova, basta escutar “The Thousand Names of God” e “Time is Right”, entre outras.
Aftershock (2013)
Um dos mais consistentes CDs da última encarnação da banda, que contou com Lemmy, Phil Campbell e Mikkey Dee, Aftershock segue pesado com “Going to Mexico” e “Heartbreaker”. Já “Lost Woman Blues”, como o nome indica, é um blues lânguido e sujo.
Bad Magic (2015)
O último lançamento do Motörhead também merece ser citado por coroar as quatro décadas da integridade e consistência que permeou a obra dos músicos. Além de boas faixas originais, eles regravaram “Sympathy for the Devil”, dos Rolling Stones, último registro deixado por Lemmy antes de morrer.
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