Em 1990, Lemmy Kilmister realizou um objetivo de vida ao se mudar para West Hollywood, Califórnia, onde permaneceu até a morte. Com isso, ficou próximo de seu habitat preferencial, o Rainbow Bar & Grill, além de ter um contato diário com um clima de calor, como gostava. Porém, engana-se quem pensa que o Motörhead aderiu ao som festeiro e colorido das bandas locais, então no auge do sucesso. Ao contrário, o cenário apocalíptico continuava dominando a temática, embora abrisse espaço para algumas homenagens, sendo uma em especial a um país que tanto conhecemos. O fato é que várias músicas que entraram em 1916 já eram conhecidas por quem acompanhou os shows da então mais recente turnê do grupo, o que permitiu que elas ganhassem corpo antes mesmo de o quarteto entrar em estúdio.
Inicialmente, o produtor seria Ed 
Stasium, que vivia um grande momento após ter trabalhado com o Living 
Colour. Porém, após ter colocado instrumentos percussivos em uma música 
sem conhecimento da banda, acabou mandado embora, sendo substituído por 
Peter Solley. Em seus menos de 40 minutos, o álbum traz algumas 
diferenças em relação aos seus antecessores. A faixa-título é um tributo
 de Lemmy aos soldados mortos na Batalha do Somme, ocorrida no nordeste 
da França, durante a Primeira Guerra Mundial. “Nightmare/The Dreamtime” 
contava com teclados, enquanto “Love Me Forever” era uma balada em sua 
mais pura concepção. Mesmo “Angel City”, que conservava a veia Rock and 
Roll, trazia como novidade a inclusão de um saxofone.
 Mas o típico Motörhead ainda estava 
presente na maior parte do tracklist, como ficava claro já na abertura, 
com “The One To Sing The Blues” e sua introdução cavalar, protagonizada 
por Phil Taylor. A sequência traz a pedrada “I’m So Bad (Baby, I Don’t 
Care)”, uma das mais conhecidas, que é sucedida por “No Voices In The 
Sky”, outra preferida dos fãs. Porém, é claro que o momento mais 
emocionante para os brasileiros vem em “Going To Brazil”, que ficou no 
setlist dos shows até o fim da carreira, servindo tanto como homenagem 
aos dedicados adeptos locais como aos integrantes da equipe técnica de 
origem tupiniquim. Apesar de ter feito outras homenagens do gênero, o 
Motörhead nunca obteve a mesma repercussão, para nosso orgulho.
Ainda havia outro tributo a se prestar 
em “R.A.M.O.N.E.S.” que, como Joey Ramone declarou, foi “a honra 
definitiva, como ser homenageado por John Lennon”. Não é para menos, já 
que a faixa é um Rock And Roll em sua essência – e com menos de um 
minuto e meio, como determina a cartilha dos celebrados em seus melhores
 momentos. 1916 chegou ao número 24 no chart do Reino Unido, além de um 
discreto 142º posto nos Estados Unidos. Foi indicado ao Grammy na 
categoria Best Metal Album, perdendo para o Metallica e seu disco 
autointitulado. Para Lemmy, foi um renascimento da banda, que não vinha 
bem na segunda metade dos anos 1980 em termos de repercussão. Também 
acabou sendo o último play em que Animal Taylor tocou por completo. 
Merece estar na coleção de todos os fãs.
Lemmy Kilmister (baixo, vocais)
Phil Campbell (guitarra)
Würzel (guitarra)
Phil “Philty Animal” Taylor (bateria)
Phil Campbell (guitarra)
Würzel (guitarra)
Phil “Philty Animal” Taylor (bateria)
01. The One To Sing The Blues
02. I’m So Bad (Baby, I Don’t Care)
03. No Voices In The Sky
04. Going To Brazil
05. Nightmare/The Dreamtime
06. Love Me Forever
07. Angel City
08. Make My Day
09. R.A.M.O.N.E.S.
10. Shut You Down
11. 1916
02. I’m So Bad (Baby, I Don’t Care)
03. No Voices In The Sky
04. Going To Brazil
05. Nightmare/The Dreamtime
06. Love Me Forever
07. Angel City
08. Make My Day
09. R.A.M.O.N.E.S.
10. Shut You Down
11. 1916


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